365 dias de sexo podem salvar o casamento

Problemas no casamento são bem comuns. Após anos de convivência diária, a relação vai esfriando e o casal passa a manter uma união meramente formal; sem sexo, paixão, respeito e admiração. Muitos parceiros não sabem o que fazer quando passam por situação semelhante, realmente é bem complicado.


Porém, dois casais resolveram contornar seus problemas matrimoniais da seguinte maneira: fazendo sexo todos os dias. Sim! Todos os dias, durante um tempo pré-determinado. Essa é a história dos americanos, Charla e Brad Muller e Annie e Douglas Brown, que, para melhorar os ares do casamento, transaram por vários dias consecutivos e ainda relataram suas experiências em livro.

Charla e Brad Muller tinham um sólido casamento e filhos, mas com o passar dos anos o sexo foi esfriando. Então, Charla, no dia do aniversário de seu marido, lançou a seguinte proposta: “Querido, que tal transarmos durante os próximos 365 dias?!”. E lógico que Brad topou.

Mas não foi tão simples assim. Já se imaginou fazendo sexo todos os dias, durante um ano? Pois é. O casal passou por muitos orgasmos falsos, viagens de trabalho, mas, após os 365 dias, ficaram bem mais unidos e hoje estão mais alegres. Tudo isso está relatado no livro “365 noites – memórias da intimidade” (tradução livre), que a esposa Charla escreveu.

Já Annie e Douglas Brown resolveram passar pela mesma experiência, só que por um período um pouco mais curto, 101 dias. “Just do it” (apenas faça isso) é o resultado da experiência do casal Brown, que estava junto há 14 anos, e escrito pela perspectiva masculina do marido.

O livro retrata minuciosamente as experiências sexuais de Annie e Douglas e até os dias em que o marido estava doente e sem vontade de transar, mas que Annie forçou a barra para cumprirem a promessa. Enfim, o relato é uma boa pedida para quem acha que sua vida sexual já não anda lá aquelas coisas.
Mas transar resolve o problema?

Conversamos com duas especialistas em relacionamento e sexo para pesquisarmos se realmente adianta encarar uma maratona de transas para melhorar um relacionamento. Carmita Abdo, psiquiatra e coordenadora do projeto ProSex, e Mara Pusch, sexóloga coordenadora do Projeto Afrodite, da UNIFESP, nos ajudaram nessa investida.

Para Carmita, essa solução adianta para poucos casais. “O hábito os acaba estimulando. Mas para a maioria, a maratona mais desgasta do que ajuda”, diz a expert. Segundo ela, o jeito é tentar resgatar o namoro, a atração mútua, a sedução e o jogo da reconquista. “. Esse é o desafio que pode fazer o casal se reencontrar”.

Já Mara Pusch é um pouco mais otimista, mas também não vê a alternativa como a melhor solução. Mara acha que quanto menos sexo se faz, menos queremos fazer. “Sexo é como outra privação qualquer, quanto menos fazemos menos temos vontade de fazer, e quanto mais se faz mais se tem a libido em alta. Mas tem que ser feito com amor, entrega e troca, senão fica algo mecânico”, diz a psicoterapeuta.

Mara ainda diz que, dependendo do casal, vale mais a pena ter uma boa relação semanal, ou até mesmo mensal, do que várias transas rapidinhas. “As pessoas fazem menos sexo do que gostariam, com menos qualidade do que poderiam. Ainda mais no casamento, talvez pela intimidade criada, parece que quanto mais aumenta a amizade, a solidariedade e o companheirismo, mais diminui o desejo sexual”, explica.

Mas o segredo é não desanimar. Carmita Abdo aconselha dizendo, “identificar e resolver o conflito, com coragem, tolerância e objetividade” é a melhor solução para um casal que está passando por dificuldades. Além do mais, ela diz que devemos aceitar que a freqüência sexual tende a ser maior em fases de mais bem-estar da relação. Ou seja, às vezes, nos impomos uma vida sexual ativa e satisfatória, mas tudo depende do momento que estamos passando “Por falta de informação, muita gente continua, no entanto, a levar uma vida sexual com menos qualidade do que poderia ter”, diz Mara, que também lança a seguinte questão - “Damos tempo (ainda bem) para dormir e recarregar as nossas energias. Por que esquecemos de dar tempo para renovar e recarregar o sexo também?”.
Fonte: Uol